Durante três dias da semana passada membros da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Eunápolis, participaram do Seminário Nacional de Assalariados em Brasília (DF), evento que atraiu entidades outras representativas do trabalhismo rural brasileiro como: sindicatos, federações dos trabalhadores na agricultura dos estados (FETAG’s), e a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG). Outras instituições como a Central Brasileira dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), também participaram intensamente.
Segundo a secretária geral do STTR de Eunápolis, Damiana Alcântara, durante o Seminário “discutiu-se muito a disparidade nacional entre trabalhadores rurais formalizados que alcança apenas um percentual de 13%, e, os demais, ou seja, os não formalizados: espantosos e perversos 87%”. Segundo ela, também foi “escancarada a realidade do trabalho escravo que ocorre em todo o Brasil, mesmo estando nós hoje a 126 anos da Abolição da Escravatura, Lei assinada pela então princesa Izabel!”. Além dessa aberração nacional abordada discutiu-se muito a discriminação salarial contra a mulher trabalhadora e o preconceito racial no mercado de trabalho, o que torna o Brasil portador de uma cultura racista clara, sem disfarce algum.
A sindicalista diz ainda que foram discutidas políticas públicas a favor do trabalhador rural assalariado, para que ele seja beneficiado amplamente à semelhança do agricultor familiar. Questões outras como redução do tempo por idade para fins de aposentadoria, igualmente foram foco das discussões, proposições e debates. Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego (MPE) estiveram no Seminário. A ideia geral que se tem “é a de que já conquistamos muito, mas, também, ainda nos falta muito para ser conquistado”, finaliza a secretária do Sindicato eunapolitano.
Por: Bento Quinto