Um projeto pioneiro na cidade tem despertado a atenção da comunidade e agradado em cheio a inúmeras famílias que trabalham na noite de Porto Seguro. É o Capite (Centro de Acolhimento para os Filhos de Trabalhadores em Eventos), que, durante 24 horas, oferece uma rede de apoio completa para as crianças de 1 a 12 anos, cujos pais estão garantindo a sobrevivência das famílias trabalhando em grandes eventos realizados pela prefeitura na Passarela, como o Carnaval e o São João.
“Nós somos o primeiro município do interior da Bahia a prestar esse serviço, voltado para os filhos de ambulantes, garçons e outros trabalhadores em eventos. A estrutura é fantástica e o sucesso é tão grande, que quando chega no último dia muitas crianças não querem ir embora”, conta o secretário de Educação, Luiz Leal, que comanda a ação. Esta é a 6ª edição do programa, que desta vez está atendendo 45 crianças, em um ambiente cuidadosamente decorado e preparado para recebê-las.
A começar pelo prédio, onde funciona o Ceame, com 12 suítes – refrigeradas e com chuveiro aquecido, cozinha, refeitório, consultório odontológico, ambulatório e área de recreação com piscina e pula-pula. Outro diferencial é a equipe de 35 profissionais, que se desdobram para oferecer um atendimento diferenciado. São cuidadores, recreadores, pedagogos, odontólogas, vigilantes, além das equipes da cozinha e limpeza. Lá as crianças recebem seis refeições diárias – café da manhã, lanche, almoço, lanche da tarde, ceia e uma fruta antes de dormir.
Amor pelo trabalho
“O pré-requisito para ser selecionado é ter muito amor por esse trabalho. Tudo aqui é feito com muito carinho e segurança, física, emocional e alimentar”, diz o secretário. A dedicação é tanta, que durante os dias de evento, ele próprio passa 24 horas no local. “É um programa de muita responsabilidade, que faço questão de acompanhar pessoalmente. Eu durmo e acordo aqui e sei o nome de todas as crianças”, assinala Luiz Leal. Ele destaca ainda empenho do prefeito Jânio Natal, “que não economiza recursos, incentiva os profissionais e nos dá total autonomia para fazer dar certo”.
O secretário lembra que a comunidade também abraça o projeto. “Hoje mesmo um grupo de empresários ofereceu a feijoada servida no almoço. Todo mundo quer ajudar”, comemora. Os pais – que muitas vezes levavam suas crianças para o circuito, dormindo embaixo de tendas e isopores ou deixando com parentes, vizinhos ou irmãos mais velhos – também estão agradecidos. As crianças então, nem se fala, são as mais radiantes. “Aqui é muito bom, tem pula-pula, tem decoração, a comida é muito boa, o que eu mais gosto é de frango assado”, revela a pequena Cecília, de 6 anos.
