
Recebi hoje cedo uma matéria que falava a respeito de uma atividade proporcionada por uma Escola de classe alta no Rio Grande do Sul, essa atividade consistia em: os alunos tinham que elencar algumas atividades que não deram certo, entre elas estavam: babá, porteiro, gari entre outras. O filho de um porteiro que leu a matéria a respeito dessa atividade fez uma carta dando uma lição de moral na escola e também nos pais dos alunos dessa escola, uma carta emocionante, e eu enquanto mãe, educadora e pessoa que habita esse planeta Terra, resolvi aqui também expressar o meu pensamento a respeito disso.
Enquanto educadora vejo o comportamento de pais, alunos de Instituições de classe média alta, que supervalorizam algumas profissões em detrimento de outras, como se essas “outras” profissões não merecessem respeito. Vejo uma educação capitalista e mercantilista que educa os seus alunos e filhos para ocuparem cargos e espaços no mercado de trabalho de alto escalão, educam alunos com a preocupação de que eles passem no ENEM para assim garantirem vagas nas melhores Instituições federais nas profissões que julgam serem as melhores, julgamento esse feito pela ótica capitalista, preocupada em formar gente para ganhar dinheiro para consumir os seus produtos e com isso estão formando uma geração de pessoas mal educadas, frias, fúteis, vazias e infelizes, sim, infelizes, porque quando se educa uma pessoa para ganhar dinheiro e não para ser um ser humano ético, descente, justo, se esquece de dizer a esse ser que acima de tudo isso está à felicidade que nem sempre ele vai encontrar em lojas de departamento, supermercados ou em butiques de grifes caríssimas. O dinheiro é uma coisa importante sim, todos precisamos dele, inclusive garis, babás e porteiros e o que seria do mundo se não fosse essas profissões que não deram certo? Como disse o rapaz da carta quem faria o trabalho que as profissões que deram certo não querem fazer?
Por conta dessa educação capitalista é quem estamos vivendo essa crise planetária, essa inversão de valores, onde coisas e posições tem mais valor que as pessoas, não importando o seu caráter. Brasília é um típico exemplo dessa educação. Enquanto não compreendermos o que significa de fato o que é justiça social, que uma nação só dar certo quando todos prosperam, quando a distribuição de renda é justa, vamos penar e pagar um alto preço, como vemos hoje: caos e violência. Muitas dessas pessoas que ocupam cargos e estão à frente de Instituições educacionais de altos preços se intitulam cristãos, mas ainda não aprenderam o essencial da doutrina do Nosso Divino Mestre Jesus: Amar teu próximo como a ti mesmo, seja ela porteiro, faxineiro, advogado, juiz ou gari, porque aqui estamos todos na matéria, debaixo de uma mesma Lei Divina, que essa sim, é justa e não faz diferença entre ricos, pobre, pretos, brancos, amarelos.
Não quero com isso generalizar todas as Instituições que cobram altos preços, pois sei que algumas se preocupam sim, com os valores morais e éticos que são passados para seus alunos, mas que cada um faça a sua reflexão, como eu estou aqui fazendo a minha e vendo onde me enquadro em tudo o que eu falei. Não estou aqui julgando e sim convidando a todos a fazerem essa reflexão também, para que assim possamos construir um mundo mais justo e feliz.
Rosangela Nascimento