
Funcionando há quase 10 anos, o Centro de Recuperação Benedito Ralille, em Itamaraju, é hoje uma referência em trabalho social, feito por quem conhece muito de perto o amor e a fraternidade. Fraternidade é algo muito mais profundo do que uma simples ação social, é abraçar a causa, e muitas vezes chorar por ela, por isto, é que o Centro de recuperação Benedito Ralille, busca não só tratar, mas compreender as várias nuances de vida de cada um, para que o que é feito possa amenizar o sofrimento de todos.
A frente Desta obra, está o Dr. Álvaro Bicalho, terapeuta especialista em dependência química, formado pela Imazon-Fenat e criador do projeto terapêutico que há aproximadamente 9 anos, vem cuidando dos internos. Dr. Álvaro, ao conversar coma reportagem, disse que mais ou menos 1000 paciente já passaram pelas portas do centro, alguns hoje já estão recuperados, ressocializados e já estão no mercado de trabalho, para o terapeuta, a recuperação é difícil, pra começar é preciso que o paciente queira se “limpar” e de cada 10, apenas um se recupera totalmente, os demais e preciso de muito mais tempo para que ele entenda as suas próprias necessidades e, saiba a extensão do tratamento.
Existem os residentes, aqueles que se internam e aceitam o tratamento, outros, depois do tratamento fazem parte do efeito espelho, ou seja, ele faz parte do tratamento dos demais, e vê de perto, o que ele era antes do tratamento e ajuda na recuperação dos demais, embora seja interno, mas acaba sendo um membro do grupo.
Dr. Álvaro, disse que durante internamento manicomial, muitos eram tratados com choque, mas depois do fim destas instituições, os tratamentos se tornaram sem pressão, com simples monitoramento sem rebeldia. O comportamento dos doentes, tem vários focos de observação, “vantagem, Atrativos e, razões, sendo que em muitos casos, o álcool é usado por pessoas tímidas e, que o uso desta droga, se acham mais corajosos e depois não conseguem mais sair do referido vício.
Drogas, o que causa; e seus resultados, quando se tem baixa tolerância a críticas, frustração, e dificuldade de atitude. Atualmente o centro tem 15 internos e 06 para o tratamento ambulatorial.
Depois chegou o fundador e idealizador do centro Antônio Santos Joaquim, que conheceu de perto a destruição pelas drogas, e passou por momentos desesperadores, quando vê o seu outro “eu”, afundado em mundo sinistro e aprendeu carregar nos ombros a desesperança dos dias passados. Antônio relata que antes era uma pessoa egoísta, e sentiu na pele a necessidade de carregar nos ombros o peso de sua atitude, hoje, com atitude totalmente inversa, se vê na necessidade de estar à frente deste projeto, e não abre mão de suas convicções, em ajudar os dependentes químicos, pois sabe que é algo muito sério, de muita qualidade e, que seu objetivo hoje, como empresário do ramo de refrigeração na cidade, se sente como um cidadão realizado pelo trabalho que ajuda a manter e, que quem, está nesta situação, não pode ser abandonado, para que ele se erga novamente diante de seus familiares e da sociedade, segundo Antônio, isto é um trabalho social que deveria ser visto e apoiado por toda a sociedade, mas enquanto este momento não chega, ele vai fazer o que é infinitamente impossível parfa manter.
O espaço hoje ocupado pelo centro, foi no passado cedido pelos integrantes da loja maçônica local, Antônio disse eu que reformou todo o local, pois era uma escola abandonada, ele refez tudo começando com uma ajuda de 50 cruzeiros, já nas fotos, feitas pelo rota51.com, o ambiente é outro totalmente humano e agradável, mas que de uns tempos para cá, o espaço foi pedido, hoje, até uma reintegração de posse judicial foi feita, mas ele enfrentou tudo e, vai continuar enfrentando, até que o novo centro esteja pronto e digno para receber os internados, mas que agora os novos integrantes da loja maçônica, querem vender, mas a prefeitura já cedeu um terreno para a construção do novo centro, os próprios integrantes da loja maçônica, vão implementar a construção de uma sede, para o novo centro, faltando agora só a terraplanagem, para iniciar a construção do novo espaço físico. O terapeuta hoje trabalho por amor a profissão sem um salário específico, mas isto depende da prefeitura, mas para Antônio, haja o que houver, o trabalho não vai parar.
No centro conforme as fotos, Dr. Álvaro mostrou, a diferença entre os internos, os que chegaram agora, ainda estão desajeitados, os outros, já tem seus utensílios mais arrumados como roupas e camas, e os próprios interno é que fazem a comida e cuidam das galinhas e da horta, tem, uma mini academia de ginastica, e mantém a limpeza do toda a estrutura do centro.
Para a reportagem, não é o “criança esperança” que precisa de festa, mas uma festa especial, poderá ser feita pela comunidade, em prol daqueles que um dia se perderam no mundo das drogas, incluindo o álcool, mas que querem voltar para a sociedade limpos, enviar currículos, buscar empregos e, mostrar para os demais, que o caminho das drogas, não deve ser seguido, mas que se, se perderam, tem sempre alguém que se importa e, pode mostrar o caminho da volta para um mundo muito melhor.