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As sandálias de Marina

Paulo Barbosa Por Paulo Barbosa
05/02/2017
in Editoriais, Notícias
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Saí de minha terra natal um pequeno lugarejo aos nove anos de idade e fui morar em outra cidadezinha: Bom Sossego; o motivo da mudança foi à separação dos meus pais.

A cidade de Bom Sossego, como o próprio nome sugere era um lugar muito sossegado, a animação ficava por conta das feiras dos sábados, das matinês das boates de Baleia e Nicomedio aos domingos e as micaretas todos os anos no mês de abril.

A feira era um lugar interessante com figuras curiosas, como era o caso de uma garota que se chamava Marina – era uma dessas vendedoras natas, o pai dela tinha uma barraca de sapatos na feira, todo sábado lá estava ela na barraca de calçados ajudando o pai nas vendas, sempre muito animada, pendurava sandálias no pescoço e sai pela feira gritando as promoções do dia:

– Ai freguesa, sandálias bonitas e baratas! Todos os modelos que você quiser!

Eram realmente muitos os modelos das sandálias da barraca de Marina. O que nos chamava atenção na garota durante a semana no colégio, era justamente a variedade de pares de sandálias que ela ia para escola, eu e outras coleginhas ficávamos sonhando com pelo ou menos um par daqueles chinelos, já que a maioria de nós só tinha um par de sapatos para ir à escola, sair, festas, batizados e outros eventos. Descobrimos depois que a menina usava as sandálias uma vez e depois as limpava e colocava novamente na banca para vender. De vez em quando chegava um cliente reclamando de defeitos ou que as sandálias quebraram com tão pouco tempo de uso.

Por sua casa ficar na praça da cidade e na frente da casa era a loja do pai dela, todas as meninas do Colégio sempre passavam por lá, para saber quais eram as novas tendências da moda de calçados, mesmo tendo dúvidas quanto a qualidade do produto. Quem não gostava muito de nossas visitas era a mãe de Marina: D. Ermenegilda era uma mulher rabugenta, que estava sempre de mau humor, roupas sujas e cabelos desgrenhados e era conhecida na cidade por sua fama de “porca”. Diziam que ela pegava água no rio Limoeiro, nessa época já poluído pelo esgoto da cidade, para beber, cozinhar e lavar pratos; motivo pelo qual não tomávamos nem água na casa dela. Vivia reclamando:             “Meninas assanhadas que não tinham o que fazer, podiam ir procurar uma lavagem de roupa”. A resmungona detestava aquele “frivião” de gente entrando e saindo do seu domicílio e sempre éramos enxotadas por ela que não queria sua filha andando em más companhias, afinal a sua inocente filhinha era uma moça evangélica que adorava cantar hinos de louvores na Igreja e depois beijar escondido atrás do muro, detalhe que D. Ermenegilda desconhecia. Dizia que filha dela só namorava pra casar, não tinha esta história de ficar de amasso no banco da praça não; uma hora o diabo podia atentar e ai….

Apesar dos xingamentos da mão rabugenta, Marina nunca deixou de sair com a turma da escola, gostávamos de ir para um sítio de um senhor que vendia canas, depois íamos para uma pequena cachoeira que tinha nos arredores da cidade, escondido é claro! A mãe não podia nem sonhar, que íamos para lá, se soubesse arrancava o couro da coitada no cinto, aliás, todos nós levávamos um corretivo, quando éramos pegas fazendo alguma estripulia.

Outro dia, de volta a Bom Sossego, me sentei no banco da praça e fiquei olhando a casa que era de Marina, que depois que os pais dela morreram foi vendida e tornou-se um prédio e hoje está abandonado, fiquei olhando e me bateu uma nostalgia daquele tempo, fiquei lembrando de todas nossas travessuras e me veio à lembrança também os resmungos e broncas de D. Ermenegilda que ainda hoje parecem ecoar do velho prédio abandonado, afastando todos aqueles que queiram se aproximar de sua casa.

Rosângela Fonseca

 

Paulo Barbosa

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