
Para quem estudou a história do Brasil, há alguns anos atrás, viu que com a vinda dos portugueses, vieram dois povos, os negros africanos como escravos e os brancos portugueses, os escravagistas e, a partir daí a religião e o misticismo.
Junto com os navegadores, vieram os franciscanos trazendo a religião católica e os negros, o candomblé, até por uma questão de preconceito, os livros já não contam a história como foi contatada antes, a religião católica espalhou-se pelo território nacional e de norte a sul tomou conta do espaço, já o candomblé ficou restrito a terreiros principalmente na capital do estado, onde existe uma grande concentração mística.

Em Eunápolis com mais de 41 anos de existência, está o terreiro “Logun edé”, que tem como a grande mentora a “Mãe Luziene”, pessoa altamente estimada, mãe de vários filhos de santo e tido entre os demais terreiros, uma casa de alta respeitabilidade, no seio da sociedade e frequentado por pessoas da mais alta sociedade eunapolitana, incluindo filho de santo da França, Portugal, Itália, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, e visitado por pessoas de todo território brasileiro.

As portas do terreiro de mãe Luziene, estão sempre abertas para qualquer um, para ela, não existe frio nem fome, trem sempre um cobertor quente e um prato de comida, por isto na noite deste sábado, 18/06, mãe Luziene, em agradecimento a “ogum”, pelas bênçãos, proteção e fartura, por tudo que o terreiro tem recebido e tem podido dar aos filhos e, deseja muita paz, que a violência tenha um fim tão esperado, e ao mesmo tempo pede ao grande Pai, Deus, que tenha pena e misericórdia dos seus filhos, mãe Luziene, ofertou a todos uma feijoada, como é tradição e cultura em seu terreiro.

Com aproximadamente 55 filhos da cidade, o terreiro Logun Edé, fez um convite ao rota51.com para fazer os registros da festa, e a reportagem deste portal de notícias se fez presente e agradece a permissão de mãe Luziene e aos seus mentores pela permissão dada a reportagem. Mãe Luziene é a Yalorixa do terreiro, “Ya” quer dizer mãe, e lorixá quer dizer santo, é uma das denominações da mística do terreiro.

Os terreiros hoje, estão sendo tombados pelo patrimônio histórico, pela forma como mostra a cultura negra, originária da África, vinda com os escravos que vieram cuidar das lavouras de açúcar, algodão e outras culturas do Brasil.
FOTOS: PBarbosa/rota51.com