
Antes 64
Com muito verde, muita madeira de lei,
Jacarandá, pau-brasil? Aqui era rei
Mas, tudo isso se acabou,
A era do jacarandá, na saudade ficou
Chegou a ser maior povoado do mundo,
Com isso ganhou fama
Depois passou a cidade, com muita honra e muita gana
Tornou-se a maior produtora de mamão
Não só da região
Mais de todo Brasilzão
Como nasceu para ser sempre promissora
Destacou-se também no comércio e na lavoura
Mas, Tudo isso foi esquecido
Com a chegada do eucalipto
A celulose até hoje é motivo de muita discussão
Há os que digam que isso fez muito bem para região
Outros acreditam que o deserto verde só trouxe desolação
Mas pelo sim, pelo não,
A cidade continua sua expansão
Mesmo com tanta contestação
Se há ou não o Pedrão
A festa já ficou conhecida por toda imensidão
Gente de todo canto já soube do festão.
Mas essa cidade é para mim muito querida e especial
Pois dos meus filhos mais velhos, é a terra natal
Aqui muita coisa boa vivi e plantei
No seu sucesso sempre acreditei
E acredito que ser próspera é sua sina
Terra de muita gente fina
Muitas histórias ainda estão por vir
Porém, nós precisamos evoluir
E dessa terra melhor cuidar
Ao nosso rio do Peixe precisamos nos retratar
E para isso precisamos nos atentar
Pois, sem ele aqui não podemos ficar
Porque, para vida existir
Água tem que fluir
E que essa mãe terra
Dona desse nosso chão
Tenha de nós compaixão
E melhore nossa compreensão
Que nossa casa, precisa de mais atenção
Pois daqui nada somos donos, nem temos uso capião.
Daqui só levaremos sete palmos de terra desse mundo
*“Que É de bom tamanho, nem largo, nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio”
Então Eunápolis querida
Terra onde muitos venceram na vida
Muitos por ti têm muito amor
e honra de ser filho dessa terra de valor
Desse encruzamento de destinos e caminhos
Muitas histórias contadas há em seus pergaminhos
E outras tantas ainda virão
Nessa Eunápolis, do nosso coração.
Rosangela Nascimento
*Trecho do poema Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto.