Acho que me tornei uma pessoa mais madura quando aprendi a aceitar que não tenho nas mãos o controle do tempo eu não faço a menor ideia de onde estarei daqui a cinco anos, um mês nem mesmo daqui a uma hora. E a vida vai se encarregando de moldar-se ao meu redor e me surpreender com as suas novidades, com as perdas, ganhos, encontros.
Há um ano eu conheci novas pessoas, fiz novas amizades, disse adeus pra alguns que eu simplesmente pensava que ficariam pra sempre. Troquei de trabalho, comecei a ler outros livros, a falar de outro jeito. Tive que lidar com dores desconhecidas e soube me abraçar quando ninguém mais poderia fazer isso por mim. E eu não mudaria nada, nem mesmo nos piores momentos. Acho que eu tive exatamente o que eu precisava pra aumentar a minha força. Para saber que mês que vem talvez algo me doa tanto que eu precise parar tudo por uns instantes e chorar sozinha no meu quarto mas sabendo que mesmo as agonias que parecem infinitas simplesmente perdem a importância depois de um dia ou outro, ou meses, quem sabe.
Mas passam…
Eu amadureci o suficiente a ponto de estar com as pessoas não esperando que elas fiquem pra sempre e estejam do meu lado apesar de tudo. Aprendi a estar com elas vivendo apenas o momento presente, sabendo que talvez elas partam amanhã (ou daqui a dez anos), mas que de qualquer forma terão sido válidas. Terão me ensinado muito – e eu também terei ensinado um pouquinho do que sei pra elas.
Passou um pouco também a urgência, a mania de querer que os outros acompanhem o meu ritmo acelerado. Eu aprendi a respirar, a parar de esperar que tudo dê errado.
Eu também tenho aprendido, aos poucos, a aceitar minhas falhas.
Minhas atitudes erradas, minha impulsividade.
Ninguém é perfeito, no fim das contas, e é só abraçando os meus próprios defeitos que consigo lidar melhor com cada um deles.
Mas talvez, de todas as lições que eu tenha armazenado nos últimos tempos a mais importante seja viver o hoje, o agora, o momento.
Amanhã eu vivo amanhã (por mais óbvio que isso pareça). Não dá pra parar de viver exclusivamente pra fazer planos, pensar no que não tá acontecendo agora, na atitude que um ou outro vai ter e como isso vai alterar minha vida, ficar nervosa antes de dormir porque na semana que vem eu tenho um compromisso urgente.
Eu aprendi isso, principalmente:
Respirar, acalmar, serenar, e ser bondosa comigo mesma porque eu tenho feito o melhor que posso e sei que é o suficiente.
Alinne Werneck – JORNALISTA
