
Evoco a força dos meus ancestrais
Ancestralidade indígena massacrada
Ancestralidade negra escravizada
Mas a resistência nunca foi negada
Resistimos a invasão ao nosso sagrado espaço
Nossa sagrada terra
E hoje precisamos resistir ao consumo capitalista
Que tenta a todo custar nos alienar
Desde os remotos tempos
Não vamos deixar que a nossa indignação seja levada junto com bloco carnavalesco
“Vai passar um samba popular” já cantava Chico
Vamos acordar pátria adormecida e distraída
Pois tenebrosas transações urdem na surdina e na calada da noite
Dentro do congresso e do senado.
Usurpadores e ditadores não passarão!
Não podem passar.
É de nossa natureza resistir
Então de novo, novamente, resistiremos
Pois chegou o tempo da redenção popular
Ocupar, essa é palavra de ordem!
Ocuparemos os espaços onde nossos ancestrais também ocuparam
Mesmo com a repressão não recuaram.
Cabral volta para Portugal
E nos deixe escrever a nossa história
Com a pena do cocá de um sábio tupinambá!
Rosangela Nascimento