A ressocialização do preso continua sendo um tabu na nossa sociedade. Muitas pessoas ainda têm aquele preconceito de que um ex-detento não conseguirá viver em harmonia novamente em meio às regras impostas pela sociedade. Porém várias doutrinas apontam que esse é o passo mais importante para que essa pessoa não volte para o mundo do crime. Mesmo assim existem aqueles que acreditam na segunda chance, na ressocialização desses presos.
Sistema prisional do Brasil: Aniquilação do encarcerado
Infelizmente sabemos que no nosso país o sistema carcerário é precário e que a Constituição resguarda sobre os direitos fundamentais muitas vezes não é aplicado nas cadeias, uma vez que vemos que os indivíduos passam por humilhação, sem nenhuma dignidade humana, situações degradantes. E mais uma vez encontramos uma saída na ressocialização.
Até mesmo um leigo entende como funcionam as cadeias no Brasil, superlotação é um dos problemas que se enfrenta hoje, faz parecer mais um depósito de pessoas do que um local para punir e tentar recuperar esses criminosos, e é nesse momento que nos deparamos com as penas desumanas, e se continuar com esse tratamento com os indivíduos, certamente eles voltarão para o mundo do crime, pois não veem outra saída, acabam se conformando com uma realidade que pode ser mudada, basta uma oportunidade de ressocialização, com uma vida digna, um emprego, uma família, uma religião.
Desde pequenos, ouvimos de nossa sociedade que o trabalho dignifica o homem, e esse é o melhor caminho para reintegrar o individuo. Quando se é útil, quando seu esforço é reconhecido, raramente a pessoa procura por caminhos fáceis, como o mundo do crime.
Muitas vezes trata-se de pessoas literalmente excluídas da sociedade antes mesmo de serem encarceradas. E depois que são realmente encarceradas, acabam ficando pior do que entrou, absorvendo informações do mundo do crime e se “atualizando” e “trocando conhecimentos” com os novos colegas de cela. Isso sem nos atentar as investigações e a justiça que ainda é muito falha, tendo demora nos julgamentos e muitas vezes julgando inocentes, que pagam por um crime que não cometeram, em condições precárias do nosso cárcere, além de perder a liberdade, momentos com a família, etc.
Porém, ainda há pessoas que pensam que ex-detentos não conseguem se ressocializar. Realmente há casos de que quando o indivíduo volta a sua liberdade ele comete crimes, muitas vezes mais bárbaros do que na primeira vez, não podemos fechar os olhos para isso, entretanto temos que pensar que não basta apenas a ajuda da comunidade, das associações, a pessoa também deve buscar cada vez mais essa harmonia e paz para que não caia novamente no mesmo erro.
A criminalidade infelizmente nunca irá acabar. Para isso, devemos ter a consciência de que poderá sim diminuir e não exterminar. Mas não é por isso que devemos deixar de acreditar naqueles que buscam se reintegrar que buscam sair dessa vida, buscam apenas uma oportunidade. Muitas vezes uma motivação pode fazer com que essa pessoa mude suas atitudes. Não é necessário esforço da sociedade, apenas conscientização de que a ressocialização é uma realidade para muitas pessoas, que realmente funciona, basta acreditar. Pois se todos proporcionarem essa chance poderão salvar vidas, tirando-as do crime e reintegrando na sociedade. O que era excluído passa a ser incluído, tornando-se assim uma sociedade melhor e transformadora.
Aline Cabral
Bacharel em Administração de empresas /Técnica em segurança do trabalho / Jornalista / Registro MTE nº 12541/BA