
Na Marca do Pênalte 03
Mais precisamente nos idos dos anos oitenta, lá pelos meados de setembro deste mesmo ano, vindo de Belo Horizonte para ensinar futebol em Eunápolis; nesta ocasião, trazido pelo desportista Itamar Pereira Seixas, cujo filho Antônio Carlos Seixas, mais conhecido por “Cheira”, fora por mim introduzido no Futebol profissional de Minas, através do América, cujo Técnico era o hoje falecido “Cento e Nove”.
Sendo muito bem recebido pelos desportistas locais, dentre eles: João Preto, Mario Alfaiate, Antônio Bicudo, Antônio Pires, Ciro Batomarco e muitos outros. A primeira coisa que fiz foi montar um quadro de arbitragem, onde fizeram parte: Ronaldo, Moacir, Antônio Fotógrafo, mais tarde; Luiz da Cabrália e vários outros bons árbitros da época.
Tempos depois tive a honra de ser Presidente da Liga, mesmo por curto mandato, ainda participei ativamente da construção do atual estádio Itamarzão, juntamente com inúmeros empresários de cidade, dentre eles Roberto da Madebrás; os madeireiros locais e adeptos do nosso futebol, sem qualquer participação do poder público.
Em 1981, para abertura do campeonato daquele ano, fizemos adentrar ao estádio, a primeira tocha olímpica, acesa na matriz de Porto Seguro, pelo Arcebispo local e conduzida por um grupo de atletas até Eunápolis.
O desportista Hélio Santiago comandou o grupo neste evento. Ai acontecia pela primeira vez a condução de uma tocha olímpica em nosso município. Um detalhe importante foi que no percurso o motorista da ambulância que dava cobertura aos atletas, dormiu ao volante e atropelou o atleta que empunhava a tocha no momento. Felizmente o atleta foi socorrido no Hospital Ramos com o apoio irrestrito do desportista Paulino Vieira Lima, então Administrador de Porto Seguro no Distrito de Eunápolis.
Hoje temos a grata satisfação de receber em Eunápolis a Tocha Olímpica de passagem pela Bahia. Uma pergunta fica no ar. Será que pelo menos um daqueles bravos lutadores pelo nosso futebol não mereceriam um lugar na lista dos condutores da tocha em questão? Poderíamos afirmar que nossa gente não tem memória, como bem dizia Flavio Cavalcante nos anos oitenta.
Que me desculpem os organizadores do evento local, só estou me manifestando desta forma porque não podemos nunca permitir, que a nossa própria história nos traia.
Jota Cruz