Estava tudo pronto para iniciar mais uma sessão do júri, mas faltava uma peça principal, que por ser mulher, vinha de Teixeira de Freitas, já que Eunápolis não tem no presídio, vagas para prisioneiras e, além do mais, altamente perigosa.
Iniciado o júri, o presidente da sessão como sempre, o MM Juíz dor Otaviano sobrinho, como de praxe, fez o sorteio dos jurados e passou a estes um resumo do processo, para que todos soubessem o que estava sendo julgado, porque, como e o que viria depois. Na acusação Dr João Alves e na defesa pela primeira vez, a representante da defensoria pública que veio de Porto Seguro para substituir o advogado Dr. Fábio.
Os réus, 5 ao todo: Alitere Amaral de Araújo, Daniel flores Sena, os irmãos Romário Santos de Jesus e Jaques Santos de Jesus, e Luciana Santos Rodrigues a Luciana cabelinho.
Por serem 5, mas os mais perigosos sendo Altiere e Luciana, o crime foi a morte de um jovem no Alecrim I, Wendson Santos, usuário de drogas, mas que devia uma “parada” para o chefe do bando Altiere, que determinou a morte do jovem, embora este tivesse em mãos uma bicicleta e queria vende-la para quitar a dívida, mas como esta já passara do prazo de pagamento, sua morte foi determinada pra exemplo dos demais usuários, para que as dívidas tem de serem pagas na data certa, passou do prazo é a morte, e Luciana cabelinho foi a responsável de atrair e trair Wendson, ela chamou Wendson para fumar um e no local já estavam os demais parceiros de crime, Daniel, Romário e Jaques, que já tinham decidido e mataram Wendson a pauladas e pedradas. Luciana cabelinho, ao depois chamou para si, responsabilidade do crime dando outra versão, dizendo que Wendson havia colocado em cheque sua condição sexual e tinha ameaçado matá-la. Mas o certo é que depois de morto, pegaram a bicicleta de Wendson e levaram como troféu, para Altiere que era o mandante do crime, esta bicicleta foi dada de presente para uma “menina”, com quem Altiere tinha o romance, mas que depois que descobriu que a polícia estava atrás da bicicleta, ela sumiu e nunca mais foi vista. Depois do crime fugiram, mas diante das investigações, ao retornarem para Eunápolis acabaram sendo presos uma a um.
Dr. João iniciou os debates com a acusação e, foi mostrando aos jurados, que cada um dentro da organização tinha a sua função, Altiere o chefe do tráfico no alecrim I e mandante do crime, Luciana Cabelinho era quem atraía as vítimas e os demais os executores, como no caso de Wendson. A época Luciana negou que tivesse participado do crime e que não conhecia nenhum dos outros envolvidos, mas tudo, foi esclarecido quando compareceu à delegacia uma moça, dando conta de que seu tio, Nádio Dias do Vale havia sido morto com requintes de crueldade, a pauladas e pedradas e, que os responsáveis eram, Luciana e sua turma que obedecendo ordens de Altiere, também conhecido como Leleo, e que todos pertenciam ao PCE, facção criminosa de Eunápolis e, mataram Nádio, isto pelo fato de que Nádio, depois de receber ameaças, do traficante Denguinho e, não suportar mais a situação, acabou matando com uma facada no pescoço. Nádio foi embora, teve sua casa queimada e quando retornou acabou sendo morto, pela turma e Altiere da mesma forma como mataram Wendson. Dr João mostrou aos jurados que os réus, executavam suas vítimas da mesma forma, a pauladas e pedradas, como se fosse uma marca registrada da turma. Dr. João pintou um quadro e neste, uma paisagem composta de vários elementos e cada um deles com uma proporção de crueldade, um manda e o resto obedece, pintado o quadro, e como eram 5 réus, Dr. João falou por 2 horas e meia, sempre acrescentando a cada momento um elemento diferente, o quadro em preto e branco, vegetação agreste, e nada que viesse tornar o quadro mais apreciável. Dr. João tendo nas mãos o processo e vários livros, mostrou a consistência das investigações, a culpabilidade de todos, e o quadro a cada momento ia ficando cada vez maios tétrico.
A palavra foi passada para a defesa, Dra. Tatiana Câmara e duas estagiárias Alaina Prado e Isabela Bastos, Dra. Tatiana, que utilizando um “data show” e mostrando peças fundamentais do CPP e de outros detalhes jurídicos, foi tentando desmistificar o estrago feito pela acusação, a Dra. Tatiana Câmara, fez o que pode, disse que Altiere, embora, já tivesse cumprido 9 anos de reclusão por outro crime, tinha pago sua conta para com a sociedade e que estava sendo investigado, mas nada conclusivo e, que ele era inocente deste crime, ele e os demais e por isto pediu a absolvição dos réus por falta de provas, Dra. Tatiana embora tenha tentado de tudo, e ter usado o processo em alguns detalhes como peça de defesa dos réus, falou por mais 2 horas e meia. Durante todo este tempo, usando a tecnologia a seu favor, manteve sempre atenta a todos os detalhes que pudessem inocentar os réus, mas foi uma tarefa muito árdua e difícil, em um o processo sempre existem partes diferenciadas, tanto na investigação, policial a oitiva dos réus na delegacia e ainda por cima de tudo, Luciana mentiu quando disse que não foi ouvida na delegacia e no processo consta que foi ouvida 2 vezes, situações assim, deixam a defesa muito fragilizada e Dr. João não perdoa.
Na réplica Dr João voltou a enfatizar a periculosidade dos réus e, mostrou que a quadrilha não é tão boa assim, Dr. João disse que, Altiere, Leleu ou Leleco, é investigado pelas mortes de: Luan Talysson Ribeiro de jesus, Joelsom dos Santos costa, corpo ainda desaparecido, tentativa contra Eduardo soares de Aquino, Gabriel de Souza Morais, e uma tentativa contra Jaylsom Matheus Gomes dos santos, Lucas Guimarães Moreira, e a morte de Wendson Santos crime pelo qual foi julgado e penalizado. Dr. João colocou nas mãos dos jurados, esta lista de crimes uns já consumados outros investigados, mas todos concentrando na pessoa de Altiere e seu bando. Dr. João, foi ao fundo do poço ao demonstrar que a facção, para identificar os seus, ate o corte de cabelo é igual. Na réplica, Dr. João comentou sobre os métodos usados pela defesa, dando conta de que, poderiam até ter chamado a Globo, como forma de mostrar o contraditório e, Dr. João quando fala, ele transcende seus conhecimentos e enfatiza a forma de falar, e uma coisa que até o momento ninguém comentou, mas que a reportagem do rota51.com, não deixa passar, até mesmo a expressão corporal de Dr. João muda, quando ele quer dar ênfase a determinadas situações. E ao final mostrou estes dados, dando conta de que Altiere e sua turma, não é flor que se cheire. Dr. João criticou a postura egoísta das testemunhas, dando conta de que elas não contribuíram em nada para a defesa, não viram nada, não sabiam de nada e chegou a criticar o chamado “cachorro quente” evangélico, achando que isto poderia somar alguma coisa, e o pior, quando diziam , “para mim”, isto quer dizer que os réus, para mim, são todos gente boa, para os demais, podem, ser o que quiserem
Na tréplica Dra. Tatiana, manifestou toda a sua defesa, em textos do TSE, mas de nada adiantou, a defensoria pública, esteve a todo instante na busca de elementos que produzisse provas contrárias ao que disse a acusação, toda a tentativa foi válida, até que o seu tempo chegou ao fim, e o juiz presidente da sessão, depois de arguir os jurados de possíveis dúvidas, e eles não tinham, todos foram para a sala secreta, onde foi a votação que determinaria o futuro dos réus e, depois de mais de 2 horas, lá ficaram, deliberaram, votaram e o resultados foi o seguinte:
Altiere Amaral de Araújo 30 anos; Luciana dos Santos Rodrigues, a Luciana cabelinho 15 anos e 2 meses; Daniel Flores Sena 17 anos e 3 meses; Romário Santos de Jesus 17 anos e 4 meses; e Jaques Santos de Jesus 15 anos e 32 meses. Devido a periculosidade dos réus e por já estarem sendo alvos de novos processos, não foi dado a eles o direito de aguardarem em liberdade novo julgamento, Luciana foi para Teixeira de Freitas e os demais para o conjunto penitenciário de Eunápolis.