O STTR, Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Eunápolis, promoveu o 3º Encontro de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Eunápolis que teve com palco do acontecimento, o clube da Brasileiro na av Princesa Isabel bairro Pequi, onde estiveram reunidas várias mulheres de todos os segmentos sociais, mas com grande representatividade nos meios sociais da cidade e região.
A mesa foi formada pelo Presidente do STTR Tico Lisboa, a sub TNTE PM Neildes Silva Oliveira, a delegada coordenadora da 23ª CORPIN, Dra. Valéria Fonseca Chaves, a assistente social Dominique, a advogada Dra. Pauline Melo Gomes, a Presidente da OAB Dra. Roberta Tutrutti, a Secretária de mulher da Contag Alessandra Cemus, Maria Aline Bittencourt, pela Previdência Social a Dra. Margareth Matos e Heleonor Pólvoas, e pela Universidade de São Paulo ESALQ, Danielly Crespi e Renato Farac Galata, D. Maria das Graças Delegada Social de mulheres e Graça Secretária de Finanças e coordenadora de Mulheres sindicais do extremo sul da Bahia.
Todas estas pessoas falaram no evento, com destaque especial sobre um tema muito relevante nos dias atuais que é a violência contra a mulher. Começando pela Sub Tente PM Neildes, a violência se retrata de várias formas e é preciso que haja uma contribuição de toda a sociedade, em seu pronunciamento ela lembrou o antigo ditado “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”, ela lembrou que antigamente a lei Maria da Penha, só agia quando a mulher vítima resolvia dar uma queixa do marido, feito o BO tudo se resolvia, mas em muitos casos a mulher não dava queixa, por medo ou necessidade, dando queixa ou não, se um vizinho chamar a policia, e o marido for preso, querendo a mulher ou não, o marido é autuado e processado dentro da lei Maria da penha.
Já a Delegada Dr. Valéria, além de tudo que antes foram dito, e acrescentou que vem trabalhando junto aos seus superiores, a implantação de uma DEAM, Delegacia de Atendimento a Mulher, pois na região somente em Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas é que existe este atendimento e, que pelos levantamentos feitos em Eunápolis é muito grande o numero de queixas sobre agressões familiares, e agressão não é so “pancada” não, as agressões além de físicas podem ser mortais, caluniadores, emocionais, psíquicas e na maioria das vezes sexuais, e por este motivo, agora é só a sociedade organizada reunir documentos, e enviar ao Governo do Estado para que os deputados da região consiga com o governador a implantação de uma DEAM e, que esta precisa ser fora do circuito da polícia civil, precisa ser em outro bairro, com delegadas que realmente sejam sensíveis ao fato, precisa que tenha uma psicóloga, e agentes que possam realizar todo serviço necessário para que uma DEAM funcione a contento. Dra. Valéria disse que não tem muita afinidade com este processo a não ser que seja mandada fazer um atendimento assim, pois ela não tem tanta paciência com maridos que agridem mulheres e por isto quando um fato deste chega ás suas mão, a fiança é sempre muito alta, para que o agressor saiba que a sua dor vai começar pelo bolso. Como exemplo ela citou uma delegada que tem muita sensibilidade e muita autoridade sobre casos destra natureza e que é de sua coordenadoria, ela citou a Dra. Viviane de Porto Seguro.
Como foi anteriormente dito, é necessário que Eunápolis tenha um centro de atendimento á mulher, que é um programa do Governo Federal, precisando apenas que o prefeito possa provocado a fazer este convênio como forma de atendimento á mulher agredida, e que precisa de um acompanhamento específico no caso. Como resposta a Assistente social falou que este programa já existe composto de assistente social, psicóloga, e todo aparato pessoal necessário para o acompanhamento á mulher que necessita deste serviço e após este atendimento de ela quiser, vem o acompanhamento até uma delegacia de policia para que um BO seja feito e a policia possa agir contra o agressor obedecendo á Lei Maria da Penha.
A advogada Dra. Pauline Melo Gomes, continuou a palestra dando conta do que pode ser feito nos dias de hoje em favor da mulher vítima desta violência, ela falou sobre o que procurar, onde procurar, como deve fazer para ter um bom atendimento e isto tudo fará com que o seu agressor seja punido, mas muitas das palestrantes também atentaram para um fato muito importante, muitas vezes a mulher deixa de prestar uma queixa ou até mesmo para que o seu agressor não seja indiciado por mesmo e por ter filhos pequenos e não como trata-los fora de uma união beligerante e, muito perigosa, pela falta de condições a mulher mesmo sofrendo acaba sendo conivente com o agressor e até mesmo por falta de apoio da família.
Já Alessandra Cemus, falou deste e outros assuntos, dando conta de que este ano terá a 5ª caminhada das Margaridas em Brasilia, ela falou das dificuldades anteriores, e rememorou o crescimento do movimento com a mudança de governo, que FHC era antagonista e que agora com o atual governo a coisa é melhor ainda, por outro lado incitou que o prefeito fosse procurado para dar a sua contribuição neste sentido, ela só esqueceu que os repasses do Governo Federal são escassos, que existe uma luta para o aumento dos mesmos, que o TCM vigia até a respiração dos prefeitos de praticamente toda a Bahia, e que já houve paralização movimento geral sobre o caso, mas mesmo assim, Alessandra espera que mais de 100 mil mulheres participem este ano do “passeio das margaridas”. Já Maria Aline Bittencourt as Secretaria da Mulher do Governo do Estado da Bahia, fez o seu pronunciamento, falou da violência contra a mulher em todos os sentidos, o que precisa ser feito, a criação de DEAM’s e centros de atendimento, e outros temas relacionados com a mulher da cidade e do campo.
Depois de um lanche, veio o almoço e para amenizar o calor foi feito um momento de música ao vivo com a voz de violão do musico “Magia” com a participação de compositor e cantor “Dobela” autor de vários sucessos como “saco de gatos”
A Dra. Margareth Matos e Heleonor Pólvoa, falaram sobre a contribuição do INSS e da importância das Mulheres Rurais terem em dia seus documentos, para tornar mais fácil a aposentadoria e como forma de combater a fraude contra o INSS utilizando,
Para fechar o evento, falaram Danielly Crespi e Renato Galata, o assunto foi relacionado a produção sustentável dentro de um conceito de se manter a agricultura de forma sustentável, e que as duas formas não sejam antagónicas mas sim uma amparando a outra, principalmente no quesito de conservação do solo e a manutenção dos veios aquíferos, o que é demasiadamente importante para a sobrevivências do homem e da agricultura, e que o trabalho é feito pela Universidade de São Paulo mas que tem uma atenção especial com o solo cansado. Mas depois de terem falado sobre a situação de trabalho com áreas degradadas, situação das fazendas de criação de gado um outro assunto veio a baila e que pouca gente prestou atenção, eles fizeram uma denúncia muito grave e que já teve até uma reunião marcada em Brasilia, longe dos olhos do extremo sul da Bahia, mas como, houve uma interferência imediata, a reunião não aconteceu e será remarcada breve, e a entrevista foi feita com exclusividade para o rota51.com, se o Congresso Nacional aprovar, poderá vir por aí, o “eucalipto transgênico”, mas este será tema de outra matéria.
FOTOS: Pbarbosa
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