Tendo terminado a oitiva dos réus, acusados da morte de Ronaldo Santana, na 2ª feira, nesta 3ª feira 15/05, iniciaram os debates, começando pelo Ministério Público, na pessoa do promotor de justiça Dr. Ariomar José Figueiredo, que usou todo seu conhecimento e dentro dos autos do processo, mostrou aos jurados, que os réus eram culpados, pois Ronaldo Santana, em seu programa de rádio, denunciava as falcatruas do prefeito Paulo Dapé, como lavagem de dinheiro, desvios de verbas, deficiências na educação, e isto foi fazendo com que começasse a ser orquestrada a morte do radialista. De acordo com o processo, a trama foi tomando corpo, a partir de Toninho da Caixa que como secretário, pois eles não tinham, coragem para fazer qualquer coisa, então orquestraram a morte do radialista, Paulo Sérgio ex PM, condenado e expulso da PM por assalto a um supermercado, foi julgado e condenado cumprindo aporte de sua pena e também, pelo assassinato de um jovem, em uma lanchonete na av Santos Dumont, perto do hoje Rondelli á época, Big Bom.
Segundo Paulo Sérgio ele foi procurado por Maria Sindoiá, por indicação de Lopão também ex soldado, para dar uma surra em Ronaldo Santana, por ser Paulo Sérgio pessoa de confiança. Advindo daí a ideia da morte do radialista. Dr. Ariomar, argumentou que Paulo Sérgio depois de expulso da PM, acabou sendo contratado por Paulo Dapé para ser seu segurança, como pode acontecer isto, pois se na realidade acontece exatamente o contrário, por conseguinte veio a morte de Ronaldo Santana, porém no dia 17/11/98, Paulo Sergio cometeu mais um assassinato em Goiânia em um hotel e, lá, ele relatou a morte de Ronaldo Santana a um delegado especial de Salvador. Em sua delação, ele disse que fora contratado por Maria Sindoiá, quando ele pediu 10 mil reais, ela achou caro, mas que em contato com Dapé ele aprovou a quantia. Paulo Sérgio ainda fala que Dapé sempre perguntava: “ e o negócio, vai sair ou não vai” e ele, Paulo Sérgio sempre respondia, vai sair sim, espera um pouco que o menino está viajando. De acordo com o MP, Sérgio falou que Toninho da caixa, foi quem deu um cheque de 500 reais, como promessa de trabalho, de acordo com o promotor Dr. João Alves ouviu pessoas desde a fase embrionária do processo, e devido a este processo 4 pessoas da sociedade estavam sentadas no banco dos réus, para serem julgados pelo crime do radialista. O promotor, usou de todo processo, mostrou dados, provas, depoimentos, falou nomes, locais, minúcias e explicou a todos a participação de cada um, tanto de Toninho, como Dudu, Maria Sindoiá e tendo como mandante o ex prefeito Paulo Dapé, já que Ronaldo fazia permanentes críticas ao seu governo, estas teses foram sustentadas, durante todo tempo de acusação. Dr. Ariomar, sempre calmo, e conciso de suas idéias, e tendo como guia da acusação tudo que estava no processo, e de acordo com o promotor Der. Luiz Neto, a acusação era o caminho mais próximo de um final de julgamento com a condenação dos réus, configurando assim, um crime de mando.
Depois do almoço, por volta das 15hs 20m, começou a participação a defesa, iniciando pelo jovem Dr. Igor Assunção, que em sua fala, já iniciou tentando desmistificar toda a acusação, mostrando também nos autos do processo, de que tudo, não passou de uma armação muito bem tramada, contra os réus, falou da situação criada entre Ronaldo Santana e Dr. Tércio, em sua fala, Dr. Igor, argumentou que tanto a esposa Manoela como o filho Márcio
Alan, quando foram ouvidos, disseram que em, seu programa de rádio Ronaldo Santana fala mal de todo mundo, não perdoava pastores e nem padres, e vivia dizendo que ia falar os nomes de quem traficava drogas na porta do colégio Anésia Guimarães, de quem era a boca e tudo mais e que ia investigar esta situação. Defendendo Maria Sindoiá, Dr. Igor, nesta fase até o nome do ex delegado Dr. Aloisio vilas Boas foi citado, como recebedor do Paulo Dapé uma quantia de 100 mil reais, através de Dudu, denúncias estas de Paulo Sérgio.
Dr. Igor relatou que, o MP, não tem provas suficientes, e os jurados como representantes da sociedade, não podem se contaminar “só pelo ouvi dizer” e, que este processo fora forjado só para incriminar 4 inocentes, já que estra condenação era insustentável. Dr. Igor mencionou inclusive o radialista Fávero Morais, que em seu depoimento, mencionou o pedido de um carro emprestado a Ronaldo pelo ex vereador Amós, para levar uma mulher ao médico para exames e que Ronaldo teria dito que se o filho fosse dele, ele assumiria, falou também que Ronaldo alugou um apartamento para encontros amorosos e que Fávero era o morador do local. Em sua fala, Dr. Igor chamou Paulo Sérgio de meliante, mentiroso, descarado, quando disse que um tal de Alex era o autor do crime e depois disse que era um tal de “doutor”, mas que estes nunca foram chamados a depor no processo. Quem é Doutor, quem é Alex? Continuando citou Ademir Lima e Everaldo Borges, outro nome apareceu no processo que é Flávio, também como sendo o atirador. Dr. Igor perguntou quem na realidade matou Ronaldo Santana? Paulo Sergio, Alex, ou Flávio? E como não há provas, não há nada que justifique a condenação.
Dr. Marcos Mello, não usou o processo, e foi o defensor de Maria Sindoiá, mas teve uma atuação de destaque, quando buscou nomes como os de Lopão, que nunca foi ouvido ou arrolado como testemunha, e que andar neste processo é como andar em terreno movediço, e que o processo, não tinha substancia, pois faltou coleta de provas, pois a pronuncia é o principal ponto de um julgamento e este não existia. Dr. Marcos, experiente que é, mostrou uma eloquência muito grande, ao defender a sua cliente, D. Maria, pelo fato de que, ela embora acusada, não tinha como demonstrar receio, pois pelo seu estado de saúde, poderia pedir a sua, dispensa, mas ela disse que queria depor e mostrar a verdade, pois nada do que sendo acusada aconteceu e nem participou de nada. Dr, Marcos usou seu tempo, exatamente para expor detalhes antes explorados, mas sem consistência condenatória, muito eloquente, Dr. Marcos como todo bom jurista, buscou convencer os jurados da farsa das acusações.
Dr. Antônio Pitanga, ao defender seu cliente Dudu, antes elogiou Dr Otaviano pelo recebimento da comenda 12 de maio, dia do aniversário de 30 anos da cidade, Falou da importância dos jurados e de que, este não é um tribunal do júri, mas sim um tribunal de justiça, pois a verdade sempre vence o mal, Dr. Pitanga disse que ao tentar condenar Dudu, o grande culpado pela morte de Ronaldo Santana, é Paulo Sérgio, pois já foi condenado por este crime, e que Ronaldo Santana, diante de suas apresentações brincou com a morte. E defesa de seu cliente, Dr. Pitanga enumerou várias atitudes de Ronaldo, dando conta de que a sua morte, embora não devesse acontecer, mas já era prevista.
Dr. Fabricio Ghill Frieber, defensor de Toninho da caixa, ao iniciar sua fala, falou de sua família, de suas filhas e esposa, e chegou a se emocionar por isto, disse que suas atitudes dentro e fora do tribunal é a mesma coisa, que ele não pode mentir ou fazer nada errado, pois perdia o direito de olhar para sua família e, que ele mesmo atuando como advogado dativo sempre teve a mesma conduta. Disse que há 5 anos, sempre buscou por este dia, pois desde então sempre estudou o processo e, que, Ademir Lima, condenado por improbidade administrativa, teve seus bens bloqueados, por um contato fictício de coleta de lixo na cidade, não podia falar nada, por ter se tornado inimigo de Paulo Dapé, Everaldo Borges tem um filho que cometeu um dos crimes mais bárbaros da região, e também não poderia falar nada sobre este crime, depois falou do cheque de 500 reais, que fora dado por Toninho como antecipação do crime, e continuando, disse que a acusação não poria colocar um fardo tão pesado nas costas dos jurados. Seguindo em frente, Dr. Fabrício disse que Paulo Sérgio não precisava de ser mandado para cometer um crime, pois antes havia assassinado um jovem na av Santos Dumont em uma lanchonete e em Goiânia, cometeu outro crime, depois de tudo isto, usaram Manoela como palanque político, contra Paulo Dapé, e que para ficar contra Dapé, falando ainda sobre os programas de rádio, esses continuam a mesma coisa, falou do cheque de Toninho das caixa de 500 reais, que nunca apareceu em lugar nenhum, provas não pedem sinais, provas tem que deixar vestígios, pois processos criminais, precisam de materialidade na denúncia, e a autoria é a prova.
Dr Aloísio Freire, falou da falta de provas, e que Paulo Sérgio jogou na lama seus próprios depoimentos, pois a sua fala é desmentida por ele mesmo, nas contradições do processo. Mais uma vez, o cheque foi criticado, pois nos autos não existia a comprovação do mesmo, ou até mesmo a fotocópia do cheque, Dr. Aloísio perguntou “o que estamos fazendo aqui”? Se não há provas contra ninguém? E se elas não existem foi por preguiça dos investigadores, e que nas palavras de Paulo Sérgio, Ronaldo sempre dizia que iria denunciar os nomes dos traficantes de drogas.
Dr. Milton Jordão, falou do conflito na Colônia, e porque não chamaram a polícia? Mas que Dudu estava lá, para contornar a situação, em toda a sua fala, ele buscou mostrar as contradições do processo, o que Paulo Sérgio falou não tem sustentação. E que sem provas, não se pode mandar ninguém para prisão, principalmente os 4 réus, pois uma acusação sem provas, se rompe a tôa. Pois neste caso a absolvição é imperiosa. Pois num processo de 4 mil folhas, mal utilizadas, se pergunta: “quem matou quem? Não há elementos concretos, há ilações, mentiras, assim terminou a sua fala, criticando um processo sem provas e, sem elas não se condena ninguém.
Dr. Maurício Vasconcelos, falou de forma clara e muito objetiva aos jurados, disse que o Dr. Otaviano é muito perfeccionista, pois gosta de tudo muito bem arrumado se em falhas, pois este processo trouxe desgosto a um advogado criminal, e tanto quanto ele, o processo trouxe muitas dores a todos. Falou do Código Criminal Imperial de 1832 e da república em 1894, mostrando a necessidade e a importância dos jurados, em se tratando de crimes como homicídio, infanticídio, suicídio dentre outros, e que os jurados, como juízes leigos, tem que ter o senso de justiça, por isto são convocados, pois um processo tem 2 fases, semi plena e plena, e dão ao juiz autoridade de ação.
Dr. Maurício citou a todos, e principalmente aos jurados, o maior erro jurídico do país, que foi o “Caso dos Irmãos Naves” em Minas Gerais quando foram condenados por um crime e muitos anos depois o morto apareceu vivo, mas já era tarde. Dr. Maurício citou a imprensa, à época, que de tantas manchetes, de autoria ou participação do crime que a polícia e a promotoria, ficaram reféns de Paulo Sérgio, pois em todos os detalhes, somente ele aparece. Pois nos depoimentos são 3 os responsáveis pelo crime, e a 3ª pessoa estava em um gol branco, Paulo Sérgio e o Doutor, mas que tinha uma testemunha ocular, e esta não foi arrolada para ser feito um retrato falado, falou do estuprador de São Paulo que foi reconhecido por um retrato. Pois a testemunha viu o rosto do assassino, Márcio Alan para pedir socorro, não viu o assassino, mas alguém viu.
Isto foi o que aconteceu neste 2º dia de júri, porém amanhã, haverá a réplica e tréplica, parfa então os jurados, deliberarem sobre o destino dos 4 acusados da morte de Ronaldo Santana e o rota51.com, mais uma vez com a aquiescência de todos, advogados e o MM juiz, estará, ao vivo e com exclusividade, mostrando todo desenrolar deste julgamento, o mais esperado da região nos últimos 20 anos.