Nós, Bispos do Brasil, estamos reunidos em Aparecida, capital mariana do país, na 61ª Assembleia Geral. Para isso, pedimos as orações de todos, pois a todos interessa que tenham bons pastores, zelosos pelo bem espiritual da Igreja no Brasil.
Durante a Assembleia, os Bispos celebram a Santa Missa, rezam em comum o Ofício Divino, fazem retiro espiritual e tratam de assuntos importantes e necessários à vida da Igreja.
O tema central dessa assembleia é a “Situação da Igreja no Brasil e encaminhamentos das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora”.
Outros assuntos também serão tratados: O Sínodo, o Jubileu 2025 – 2031 – 2033; Desafios e luzes para a evangelização das Juventudes; análises de conjuntura social e eclesial; estatuto civil da CNBB; assuntos da doutrina da fé e da liturgia; sobre as eleições municipais; Inteligência artificial – impactos na Evangelização; catequistas; família, etc.
Além dos temas religiosos, a Assembleia trata de outros assuntos de interesse geral: “A Igreja não pode nem deve tomar nas suas próprias mãos a batalha política… não pode nem deve se colocar no lugar do Estado. Mas também não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça. Deve inserir-se nela pela via da argumentação racional e deve despertar as forças espirituais, sem as quais a justiça não poderá firmar-se nem prosperar” (Deus caritas est, n. 28).
Não nos escandalizemos com os problemas e falhas na Igreja: como toda família, a Igreja, divino-humana, tem seus problemas, devidos à sua parte humana. Jesus disse que o “Reino de Deus” aqui na terra, a Igreja, é semelhante a uma rede, com peixes bons e maus, e a um campo com trigo e joio. A depuração será só no fim do mundo.
Quando digo no Credo: “Creio na Santa Igreja Católica”, significa que eu creio na sua origem divina, na sua santidade, na presença contínua do Divino Espírito Santo nela, na garantia que lhe deu o seu Divino Fundador de que as portas do inferno jamais prevaleceriam sobre ela. São coisas que não se veem, por isso são objeto da nossa fé.
E a Igreja é nossa família. A noção de família é muito importante na eclesiologia. A Igreja é algo objetivo, fundada por Nosso Senhor sobre os Bispos, segundo a sucessão apostólica. A Igreja não é um grupo de amigos. “Na Igreja, eu não procuro meus amigos, eu encontro meus irmãos e minhas irmãs; e os irmãos e as irmãs não se procuram, se encontram. Esta situação de não arbitrariedade da Igreja na qual eu me encontro, que não é uma igreja da minha escolha, mas a Igreja que se me apresenta, é um princípio muito importante. Isto não é minha escolha, como se eu fosse com tal grupo de amigos ou com outro; eu estou na Igreja comum, com os pobres, com os ricos, com as pessoas simpáticas e não simpáticas, com os intelectuais e os analfabetos; eu estou na Igreja que me precede” (Ratzinger, Autour de la Question Liturgique, Fontgombault, 24/7/2001).
Rezemos, pois, para que a Igreja no Brasil seja cada vez mais fiel e missionária!
Dom Fernando Arêas Rifan